Fisioterapia na Incontinência urinária

De forma geral a incontinência urinária (ou IU) ocorre quando, a pressão dentro da bexiga excede aquela que se verifica dentro da uretra ou seja há um aumento considerável da pressão para urinar dentro da bexiga, isso ocorre durante a fase de enchimento do ciclo de micção.Para compreender a incontinência urinária, seria útil compreender o processo da micção. A micção, explica o especialista, é controlada por nervos e músculos do sistema urinário.

O trato urinário inclui os rins (os quais filtram o sangue e excretam os produtos finais do metabolismo do corpo como urina), os ureteres (tubos que conduzem a urina dos rins à bexiga), a bexiga (o saco que serve como reservatório de urina), a próstata em homens (a glândula envolvida na produção de sêmen) e a uretra (tubo que conecta a bexiga ao exterior do corpo).



Quando você não esta urinando, os músculos dos esfíncteres externo e interno da uretra mantém o tubo uretral fechado. Pequenas quantidades de urina são continuamente esvaziadas na bexiga pelos ureteres a cada 10 a 15 segundos. Logo, a urina acumula na bexiga e quando a bexiga está cheia, o cérebro envia sinais para os músculos da bexiga contrair e aqueles da uretra relaxar, permitindo, então, ocorrer a micção.


A incontinência ocorre quando o estoque e o esvaziamento da urina da bexiga não funcionam de uma maneira coordenada. Esta falta de coordenação entre os processos de estoque e esvaziamento é devido a um mau funcionamento dos nervos e músculos da bexiga ou uretra. Em mulheres, a incontinência pode também ser causado por uma perda de suporte da bexiga e uretra, esclarece o médico.A incontinência urinária também pode ser designada de Enurese. E ocorre com certa frequência à noite, principalmente entre os idosos.

Dia 14 de Março é considerado o Dia Mundial da Incontinência Urinária

Tipos
Existem vários tipos de IU. Os três mais comuns são:
Bexiga hiperativa, causada por contrações inadequadas do músculo detrusor durante a fase de armazenamento do ciclo miccional - Processo inical anterior ao ato de urinar;
Incontinência de esforço, relacionada com a disfunção do esfíncter uretral, ou seja um afrouxamento muscular do esfíncter;
Incontinência mista, que resulta da combinação destas duas situações.
Há outros tipos de IU que incluem:

Incontinência de sobrefluxo - Quando o excesso de urina normalmente retido na bexiga, sai involuntáriamente;
Gotejamento pós-miccional - Causado em parte por disfunção do esfíncter;
Incontinências diurna e noturna (enurese noturna), nas crianças - Ocorre com maior frequencia em crianças devido a um estado emocional de insegurança por exemplo ou inflamação da bexiga.



Para um diagnóstico preciso da incontinência urinária vários instrumentos podem ajudar:

- História clínica;
- Exame físico;
- Exames complementares;
- Teste do absorvente;
- Diário miccional;
- Resíduo pós-miccional;
- Cistoscopia;
- Avaliação radiológica;
- Avaliação urodinâmica.

Fatores de Riscos
Obesidade, paridade, fumo, ingestão de líquidos, medicamentos que atuam no sistema nervoso central e no trato urinário, hipoestrogenismo e cirurgia pélvica prévia. Outras condições que levam à incontinência, que devem ser investigadas, são: infecções do trato urinário, neoplasia vesical, litíase vesical, obstrução infravesical, fatores emocionais e sinais que podem sugerir doenças neurológicas5.

Tratamento
Existem muitas opções diferentes disponíveis para o tratar a incontinência urinária. O médico é o "expert" em definir qual a opção mais adequada para as necessidades individuais de cada paciente. Neste caso , o médico recomendará uma opção apropriada ou outras opções baseadas nos resultados dos exames realizados.

Alguns dos tratamentos disponíveis incluem: medicações (que tratam a incontinência melhorando a função dos nervos ou músculos da bexiga ou uretra), terapia comportamental (algumas mudanças no comportamento e/ou estilo de vida visando à continência), retreinamento vesical (urinar com horário marcado), fisioterapia (exercícios para musculatura pélvica e perineal) e procedimentos cirúrgicos (são usualmente recomendados em casos mais graves de incontinência, são usados para reparar lesões, anormalidades ou mau funcionamento dos músculos ou tecidos do trato urinário).

Fisioterapia Pélvica - São exercícios para a musculatura da pélvis que visam conter a hiperatividade da bexiga. Em geral, recomenda-se fazer esse tratamento por cerca de três meses e, após esse período, o paciente deve ser reavaliado.

Eletro Estimulação - Nesse caso, dispositivos são inseridos na vagina, no reto ou na superfície (como a perna) e, através de uma espécie de choque elétrico, diminui-se a hiperatividade da bexiga. Assim como a terapia comportamental e a fisioterapia pélvica, é necessária a realização desse tratamento por três meses para avaliar seu sucesso ou, caso não tenha dado os resultados esperados, mudar de método

Neuromodulação - Nesse tratamento, um pequeno aparelho, com aproximadamente cinco centímetros, é colocado no abdômen e, ao causar pequenos choques elétricos, controla a ação da bexiga. O aparelho possui uma bateria com longa duração, mas é necessário fazer a manutenção de tempos em tempos.

Se os tratamentos médicos ou cirúrgicos falham, há alternativas para assegurar um bem - estar e conforto para o paciente. Entre estas alternativas, estão o uso de absorventes (fraldas descartáveis), inserção de um pequeno tubo (cateter) para mecanicamente drenar a urina da bexiga, e uso de equipamentos externos para coletar urina, comenta o especialista.

Recomendações:
• Procure um médico para diagnóstico e identificação da causa e do tipo de perda urinária que você apresenta;
• Não pense que incontinência urinária é um mal inevitável na vida das mulheres depois dos 50, 60 anos. Se o distúrbio for tratado como deve, a qualidade de vida melhorará muito;
• Considere os fatores que levam á incontinência urinária do idoso – uso de diuréticos, ingestão hídrica, situações de demência e delírio, problemas de locomoção – e tente contorná-los. Às vezes, a perda de urina nessa faixa de idade é mais um problema social do que físico;
• Evitar a obesidade e o sedentarismo, controlar o ganho de peso durante a gestação, praticar exercícios fisioterápicos para fortalecer o assoalho pélvico, são medidas que podem ser úteis na prevenção da incontinência urinária.